Dois fatores para uma excelente tomada de decisão

A tomada de decisão inteligente envolve dois componentes fundamentais: pensamento estratégico e autoconhecimento. Ambos estão profundamente conectados e quanto mais desenvolvidos, mais acertadas e bem sucedidas serão as escolhas. Pensar estrategicamente é de suma importância pois vivemos em um mundo complexo, repleto de oportunidades e distrações. Diariamente somos impactados por tamanho volume de informação e estímulos que sem estratégia e clareza somos tragados pela preguiça, estresse cognitivo e ansiedade. Viver sem estratégia é falar sim para tudo, repetidamente enfrentar os mesmos problemas, travar nas mesmas questões e ano após ano continuar estagnado; seja intelectual ou financeiramente.

Por questões biológicas temos dificuldade para focar. Nossa espécie não evoluiu para fazer planejamento, ter foco obstinado e visão de longo prazo. A evolução foi guiada por um objetivo primordial: sobrevivência. Todas as capacidades e limitações do ser humano estão projetadas para fazê-lo sobreviver e passar seus genes adiante. Focar custa caro e exige muito do cérebro. Qualquer esforço prolongado vai contra a natureza humana. É por esse motivo que resoluções de ano novo quase sempre acabam em desistência. Não fomos programados para atividades que causam desconforto, dor ou consumo excessivo de energia.

Perceba como a informação é fundamental para o estrategista. Sabendo que biologicamente temos limitações, podemos contornar esses obstáculos utilizando outro fator decisivo em nossa espécie: a razão. O sapiens pensa e sabe que pensa. Consegue driblar limitações biológicas através de sua inteligência e dessa forma praticamente transcende sua animalidade. O pensamento estratégico é justamente caminhar na direção certa, com a melhor informação possível, fazendo uso excelente dos recursos disponíveis. O estrategista toma decisões com clareza, conhecendo o motivo e projetando o máximo de desdobramentos possíveis. O hábito do pensamento estratégico faz de cada decisão algo alinhado a um objetivo maior. Tarefas pequenas ou grandes, escolhas simples ou complexas, tudo está conectado a um objetivo maior.

O autoconhecimento faz o combo perfeito com pensamento estratégico porque a única forma de entrar em contato com o mundo é através de si mesmo. O mundo é composto por pessoas e para pessoas. No final das contas, no mundo humano, na sociedade, tudo está absolutamente desenhado para pessoas. Na ponta há sempre um indivíduo com suas ambições e limitações. O único caminho para conquistar seus objetivos é se expor ao mundo, impacta-lo de diferentes formas e em contrapartida alcançar resultados. Depende sempre da relação de seres humanos com outros seres humanos. Mas afinal, porque estou falando essas obviedades? Por que muitas vezes esquecemos que o mundo é feito por pessoas. Indivíduos que tem dores, alegrias, traumas, problemas mal resolvidos e limitações biológicas. Cada uma delas forçando a realidade para satisfazer seus desejos. O bebê chora e resmunga até conseguir mamar. O adolescente grita e faz jogos para conseguir vantagens com os pais. E os adultos jogam uns com os outros para conquistar diferentes objetivos; há sempre dinâmicas entre os seres humanos.

Tendo ciência disso é preciso desenvolver habilidades sociais, mas acima de tudo, tratar o autoconhecimento como uma prioridade. Seu único ponto de contato com a realidade é você mesmo, e por isso suas crenças, sonhos e limitações vão moldar resultados e escolhas. O autoconhecimento trata de saber quais são suas forças e fraquezas. Sou tolerante ou irado, falante ou calado, carente ou completo?

O grande ponto é ter consciência do valor do autoconhecimento e decidir fazer dele uma missão de vida. Informação de qualidade sobre si mesmo resulta em decisões mais acertadas. Essa autoconsciência facilita entender o outro e desenvolver empatia. O resultado será um pensamento estratégico mais poderoso. Quando se alinha esses dois componentes a tomada de decisão fica poderosíssima e o potencial para alcançar grandes resultados cresce exponencialmente.

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