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Uma rotina se traduz invariavelmente por tomada de decisão. O dia a dia se desenrola através de uma sucessão de escolhas: roupas, alimentos, entretenimento, companhias etc. No entanto, fazer escolhas é muito caro para o cérebro humano. Algumas pesquisas apontam, como a do cientista Roy Baumeister (força de vontade) que conforme decisões são tomadas, uma quantidade de energia é utilizada, sendo esse estoque energético limitado. Durante essa dinâmica o cérebro fadiga, gerando um efeito conhecido como estresse cognitivo.
Como as escolhas moldam a vida, é importante fazer boas decisões e conhecer os limites impostos pela nossa biologia. Conforme o corpo e a mente se estressam, decisões simplórias são tomadas, quase sempre visando o repouso e a desistência. Como escolher é obrigatório, algum caminho será tomado; pelo sim ou pelo não. Toda escolha implica em exclusão, quando você escolhe o caminho A deixa de conhecer o B. A vida inteira é composta desses dilemas dolorosos – uma decisão é sempre feita em detrimento de outra.
Não podemos escapar da tomada de decisão. Cientes disso podemos assumir uma postura diferente em relação às escolhas. Toda escolha gera um efeito, sendo ele um fator agregador ou de retrocesso. O pensador estratégico se importa com a tomada de decisão pois ela afeta diretamente seus objetivos. Cada escolha precisa ter o mínimo de coerência, senão, tempo e recursos serão gastos em batalhas perdidas.
Introduzimos o pensamento estratégico através do processo de tomada de decisão. Toda vez que precisar escolher entre A e B é hora de entrar em ação o pensamento estratégico. É muito importante frisar que o pensamento estratégico exige que se tenha um objetivo claro. Estratégia é um meio para se atingir um objetivo. Em termos simples, estratégia é uma ponte que liga sua atual posição à posição desejada. Se o objetivo não é claro, passe mais tempo pensando no assunto, buscando autodesenvolvimento e ampliação da consciência.
Quando o objetivo é claro, o pensamento estratégico é um crivo, faz juízo crítico sobre tudo, alinhando toda tomada de decisão a um objetivo maior. Algumas vezes a rotina nos obriga a seguir por caminhos e escolhas que podem atrapalhar a conquista dos objetivos, mas tendo clareza de que isso é algo passageiro, e que em breve será articulado meios para voltar ao caminho adequado, será o suficiente para dar lucidez e bom ânimo para seguir adiante. O pensamento estratégico pode ser exercitado através de 3 pilares: antecipação, interpretação e planejamento.
Antecipar: É olhar para o futuro através da imaginação e visualizar o maior número de desdobramentos possíveis. Quem antecipa imagina vários cenários e seus detalhes. Antecipar é trazer para o momento presente algo do futuro, algo ainda impalpável, mas que pode moldar a tomada de decisão. Antecipar é bombardear nosso objetivo com o máximo de hipóteses. Pense na decisão que você precisa tomar como uma série, um filme que você assiste. Como são as cenas, os diálogos, os caminhos, os cenários. Quanto mais antecipar movimentos, maior será seu poder de manobra.
Interpretar: Após um processo de antecipação e visualização é preciso interpretar as hipóteses junto de outras fontes de informação e pesquisa. Interpretar é levar a informação para o nível do conhecimento; é o processo de significação e entendimento. Ter somente a informação ou a hipótese não basta, é preciso provocar e estressar o problema. Através da introspecção e da reflexão vamos preenchendo as lacunas e formatando o saber. Interpretar é mergulhar no caos da informação e emergir com sua essência. Nessa etapa vamos colocar no papel as diferentes ideias e possibilidades.
Planejar: Quem planeja leva menos sustos, uma vez que antecipa a execução e define um passo a passo para conquistar o objetivo. O planejamento define o que será feito, quando será feito, como e porquê. É importante entender que planejamento não é algo fixo, mas cíclico e dinâmico. Conforme o projeto se desenvolve é preciso reiniciar o fluxo de análises e ajustar o planejamento caso o contexto, recursos ou resultados se alterem. Aqui é preciso anotar a maior quantidade possível de detalhes e ter sempre em mente os prazos para cada etapa.
Esses conceitos são trabalhados em maiores detalhes no livro “Pensamento estratégico é um lifestyle” onde percorremos o conceito de estratégia, história e métodos de reflexão. Além disso navegamos por tópicos fundamentais do autoconhecimento, como: foco, força de vontade, hábitos e disciplina, mindset e muito mais.
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