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Podcast: Saúde
Episode:

Na França, tomar anestesia é quase tão seguro quanto andar de avião

Category: News & Politics
Duration: 00:05:37
Publish Date: 2018-01-15 20:00:00
Description: Como os métodos evoluíram ao longo dos anos graças ao surgimento de substâncias que agem com cada vez vez mais precisão. A primeira anestesia foi inventada no século 19 por um dentista, Thomas Green Morton, que entrou para a história, ao utilizar éter em uma cirurgia pela primeira vez, em 1846. A demonstração pública, comum na época, aconteceu em um hospital em Boston. Experiências utilizando o óxido nitroso já haviam sido realizadas por um de seus colegas, Horace Wells, mas uma delas quase matou um paciente e o cirurgião dentista caiu em descrédito. Essas invenções revolucionaram a Medicina. Até então, a única solução para os pacientes era suportar a dor ou atenuá-la utilizando plantas, álcool, maconha, acupuntura ou outros métodos. A eficácia, naturalmente, era relativa se comparada aos opiáceos e analgésicos superpotentes utilizados nos hospitais. Esse sofrimento, hoje inimaginável, foi no entanto suportado durante séculos por nossos antepassados, e até mesmo na Primeira Guerra Mundial, diante da penúria de alguns produtos. As dores eram encaradas a frio, e as cirurgias eram realizadas o mais rapidamente possível. Os pacientes chegavam até mesmo a ser amarrados. Amputações e mortes depois das operações eram frequentes. De lá para cá, muita coisa mudou. As técnicas se desenvolveram e se aperfeiçoaram, mas a profissão de anestesista é algo ainda relativamente recente na história da Medicina. Os primeiros anestesistas como conhecemos hoje surgiram nos anos 60, explica o presidente do Sindicato francês do setor, Claude Ecoffey. Antes elas eram praticadas pelas enfermeiras ou pelo próprio cirurgião. “Ficou provado que o aparecimento dos anestesistas estava relacionado a um aumento da taxa de sucesso das cirurgias. Havia menos mortes ligadas à anestesia e à própria operação”, diz. Quase tão segura quanto andar de avião, hoje as anestesias modernas trazem poucos riscos se aplicadas corretamente, afirma o médico francês. “No início havia pouquíssimos produtos disponíveis, mas com o aumento do número de anestesistas, no final dos anos 70, a indústria farmacêutica começou a lançar no mercado muitos anestésicos. Nos anos 80 e 90, houve uma grande avanço na área, por conta dessas novas substâncias, muito mais seguras, com maior controle de seus efeitos nos pacientes e menos efeitos colaterais”, descreve. O advento de novos antibióticos e a administração dos remédios em profilaxia por volta dos anos 80 também facilitou a recuperação dos pacientes, menos suscestíveis às infecções. Nos anos 2000, uma grande pesquisa feita na França mostrou que a taxa de mortalidade em uma anestesia é de um para 150 mil, que é extremamente baixa se comparada à da cirurgia, por exemplo, que é de 3% no país. Mas apesar dos progressos, ainda hoje muitos pacientes não se sentem totalmente confortáveis à ideia de tomar uma anestesia, reconhece Claude Ecoffey. Na França, mais anestesias gerais As anestesias são praticadas da mesma maneira em todos os países? Na França, são realizadas aproximadamente 30% loco-regionais e 70% gerais, conta o especialista francês. A escolha é feita em função da cirurgia que será realizada, e a opção pode ser uma mistura de duas anestesias. Segundo ele, no país é provável que haja um número maior de anestesias gerais, mas os produtos utilizados nos procedimentos são similares aos de outros países europeus. A substância intravenosa mais usada atualmente nesse caso é o Propofol, mas existem outras opções para inalação. Os efeitos dos produtos duram em geral 24 horas e podem ser mais longos em pessoas idosas, por exemplo, mas em geral essas sensações são raras. Qual é o mecanismo da anestesia? No caso da anestesia geral, há perda de consciência e o paciente mergulha em um coma artificial reversível, sob a ação dos medicamentos. “A anestesia geral age diretamente no cérebro, mas quando fazemos uma anestesia loco-regional, utilizamos produtos locais, próximos dos nervos, em regiões periféricas, que vão bloquear a transmissão da dor. Em função do produto utilizado isso vai durar 1 ou 2 horas e também é reversível”, explica. De acordo com o especialista, o próximo passo agora é melhorar o monitoramento dos pacientes durante o procedimento. Em termos de medicamento, ele espera agora que a indústria farmacêutica invista na pesquisa de produtos mais precisos em termos de efeito. “Assim saberíamos, por exemplo, que em uma hora, tudo seria evacuado”.
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